Hoje ia no metro quando me deparei com uma situação que neste transporte nos é frequente encontrar. Encontrava-me de pé, encostado a uma porta, já que ia relativamente cheio, quando se ouve a voz já familiar "tenha a bondade de me auxiliar por favor". Acompanhado pelo som metálico de um bastão, um dos pedintes "clássicos" do metro havia entrado na minha carruagem. Era um dos cegos "do costume", já nos seus sessenta anos, e que há anos vagueiam pelo metro. Daqueles que sabemos que estão ali porque precisam, independentemente de os conhecermos de vista há vários anos ou os virmos pela primeira vez. Mal se ouviu a manóplia de sons anteriormente referidos, constatei a reacção clássica: meio mundo olha para a fonte daquele distúrbio; constatam que é um velhote cego a pedir; olham para outro lado. Estando a meio da carruagem e tendo o indivíduo em foco entrado no princípio desta, tive bastante tempo para observar os restantes comportamentos dos passageiros. Foi notório a agitação motora crescente e a fuga do contacto visual que estes faziam para com o cego que lentamente se aproximava, como se fossem lentamente ameaçados por uma pressão psicológica. Todo este quadro atinge o clímax quando quem pede passa por nós. Então se tivermos em pé, a agitação das pessoas que lhe abrem caminho potencia tudo isto. E hoje, porque tinha possibilidade, abri o porta-moedas e dei o que pude, ou melhor, entendi puder dar. A reacção das pessoas que me rodeavam, ao tirar e abrir o porta-moedas e ao dar a minha pequena oferta foi ainda de maior desconforto.
Achei curioso descrever esta situação já que penso que já todos a vivenciámos, quer como mero figurante observador, quer como um actor que dá um contributo ao pedinte (pelo menos assim o espero). Logicamente que eu não fujo à regra. Apesar de oferecer sempre que posso, ou entendo puder, já que afinal acabamos por ser muitas vezes egoístas inconscientemente, muitas são as vezes que não ofereço. Nesses momentos, torno-me parte daquela moldura humana. Não observo o cego fixamente pois, além de conhecido, vai contra os comportamentos intrínsecos na minha personalidade, co-adjuvados pelas regras de educação que me foram impostas. Mas acho interessante reflectir neste comportamento que se repete no metro. Se oferecermos, qual a vergonha?Antes, é um motivo de orgulho e bem-estar. A não oferecer, se entendermos que não podemos, onde está a situação anormal? Ou será que todas estas reacções podem advir por e simplesmente da pressão social do bom acto de oferecer e ajudar? Ou da tristeza ou mal-estar de não poder dar? Uma caixa de pandora talvez...
Mais um canto nesta blogosfera, o 5º Poder...um espaço de expressão sob mui formas já que, nesta vida longa e feita de partilhas e de experiências, uma imagem vale mais que mil palavras e há palavras que valem mais que mil imagens! E como “uma viagem de mil milhas começa com o primeiro passo”(Lao-Tsé),aqui vive-se o momento...
Vancouver Olympic Shame: Learn more. Por favor AJUDE a cessar este massacre infame! Please HELP stopping this nounsense slaughter! SIGN http://getactive.peta.org/campaign/seal_hunt_09?c=posecaal09&source=poshecal09
Ser Enfermeiro...
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1 comment:
the pandora's box, is opened again...
lol
sei quem é o homem q tas a falar (apesar d achar q deve ter apenas 40 e tal anos :P) e compreendo mt do q descreves ma man! axo k a enfermagem nos faz reflectir mt no sentido das coisas, como essa...
e isso q descreves, é estigma meu amigo!
o dinheiro k deste é para droga, aposto que esse foi o pensamento (quiça errado) da maioria das pessoas q te rodeava.
Agora quanto ao acto de dar ou n dar, isso esta nas maos d cada um! cada um é q sabe!
fizes t akilo k axas t q era bem fazer, entao fizes t bem;)
tens coraçao grande;)
grand abrç
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