Quem me leva os meus fantasmas
Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
Eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.
Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?
Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.
Quem leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?
De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?
Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?
Hoje, este esplêndido poema do Pedro Abrunhosa traduz algum do meu estado de alma ultimamente em relação a certos aspectos. O positivo é que é sempre tempo de delinear rumos e tomar decisões. E para juntar a tão excelentes versos ,que tal recordarmos a música, de grande qualidade, para não destoar? Já a partilhei uma vez neste espaço aqui: http://o-sexo-dos-anjos.blogspot.com/2007/12/o-outro-como-pessoa-e-o-estigma.html Nesse dia há tantos meses, falei da Pessoa, do respeito e compreensão,do estigma. Hoje apenas leio um poema e ouço uma música. Relaxo. E convido-vos a pensarem no que escrevi nesse dia!
1 comment:
tu, mais que ninguem tens d te preocupar ctg mm man! olha por ti, e tenta levar mais a vida "sem pensar".
Já ha metafisica bastante em n pensar e nada! e pensar da dores de cabeça;)
grande abrç
read more alberto caeiro;)
Post a Comment