Vivências, recordações, filosofias e partilhas

Os poetas são impúdicos para com as suas vivências: exploram-nas!
Nietzsche

Ontem tive a oportunidade de estar com alguém que muito estimo. Recordámos muito brevemente alguns episódios conjuntos da nossa história passada e debatemos sentimentos, emoções, todo uma panóplia de percepções inerentes aos episódios e ao relacionamento que partilhámos. É interessante passado algum tempo poder descobrir pontos de vista e sensações que o Outro viveu connosco e agora interpretá-lo melhor. Faz-nos aprender a conhecer-nos, assim como ao outro. Ontem, sem dúvida, conhecemo-nos melhor! Ou ainda melhor, como me corrigirias!Afinal, muitos anos a viver e a partilhar fez-nos um conhecedor de cada um e de nós! Gostei das palavras com que me caracterizaste e com as quais te confrontei. E gostei de te Ouvir naquilo que falámos. Lembraste quando falámos em pensar com a cabeça e em viver com o coração? Foi importante ouvir o que foi falado, por duas razões. Em primeiro lugar fez-me bem porque estava triste pelas razões que já sabes, já conheces e que ainda nos fez rir ontem no pequeno tempo em que nos vimos. Em segundo lugar, porque pude confrontar com certas aspectos com me caracterizo. Certo dia escrevi: "conheço alguém que gosta de viver. Sem medo. Conheço alguém que gosta de sentir. Conheço alguém que gosta de amar. Alguém em especial, o Outro. Conheço alguém para quem a família e os amigos são dois tesouros. Conheço alguém que tem os melhores amigos desde a primária até à contemporaneidade. Conheço alguém que gosta de ser poeta. Se revê na poesia. Que gosta dessa magia. Conheço alguém que gosta de tudo o que partilha essa magia. A magia da vida. Porque atinge a alma facilmente e directamente. Conheço alguém que consequentemente gosta de partilhar flores, abraços, sorrisos. Conheço alguém que gosta de partilhar. Dar e receber, os primogénitos da felicidade. Conheço alguém que sorri. Conheço alguém que partilha a alegria de viver fazendo toinices, brincadeiras, maluquices no dia-a-dia. Conheço alguém que gosta de ser livre. Conheço alguém que gosta de ajudar." (http://o-sexo-dos-anjos.blogspot.com/2007/11/conheo-algum.html) Afinal foi isto mesmo que tornou o que somos especial. E falámos do sempre e presente Fado que está inerente a certas filosofias de vida, nomeadamente a esta. Como és parecida comigo, subscreves-me quase sempre nestas matérias! O risco da partilha, da abertura e do sentimento são grandes, tal como naturalidade de o fazer com um sentido e persistência que nos tem uma riqueza única. E curiosamente ontem estive inspirado. O pior é sempre o que o Fado nos reserva, mas que acreditamos não ser eterno. Contudo, depois da queda andamos sempre em frente
possuidores de algo que em nós mudou e se revela mais maduro. Como tanto diz o carlos, o famoso "dar um passo atrás para dar dois em frente". Gostava de dedicar estas palavras a duas pessoas, uma delas tu. Mas será que a outra estaria disposta a recebê-lo?Tu bem sabes do que falo e ris-te! Vou deixá-la decidir-se.Entretanto Vivamos;)!

"E também Eugénio de Andrade referia
Sem falsidade e piedade
Sem mentira, só verdade:
“Poupar o coração é permitir à morte coroar-se de alegria”
E eu combato a vida fria!"
(Excerto de "Saudade" - João Veloso)

http://o-sexo-dos-anjos.blogspot.com/2008/09/e-tambm-eugnio-de-andrade-referia-sem.html