União Zoófila e Associação Zoófila Portuguesa


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Ser Enfermeiro...

Monday, April 6, 2009

Crónicas do Duque

Desde há uns tempos que o meu cão não anda muito bem de saúde, o que me tem custado dinheiro, tempo e preocupações, assim como umas peripécias engraçadas.

Tudo começou há cerca de mês e meio. Numa manhã em que por várias razões só pude levar o Duque à rua bastante mais tarde do que o costume, reparei que os jornais que tenho na minha marquise estavam tingidos de vermelho em pequena quantidade (tenho-os lá para o meu cão fazer as necessidades quanto está mesmo aflito). Como ele havia evacuado também, pensei que o sangue adviesse das fezes, o que é o mais comum (se bem que não corrente) em virtude da alimentação ou do que ingere na rua como todos os seus congéneres.

Estive mais atento ao que o "rapaz" ia fazendo na rua e nunca mais vi vestígios de sangue em fezes ou de hematúria, o que me tranquilizou. Contudo, passado alguns dias fui dar com o meu cão no sofá e por sorte estava deitado de lado, o que me permitiu ver que estava a deitar sangue do pénis. Sequei os fluidos com papel higiénico e procurei cortes no prepúcio que se revelaram inexistentes. Mais tarde ao urinar verifiquei que ele tinha hematúria, sem contudo expressar algum comportamento de dor, se bem que seja um cão que não se queixa por pouco.

Desloquei-me então ao veterinário com o intuito também de aproveitar já para lhe dar a vacina do costume, que estava na altura, e sem a qual não o podia registar novamente na Junta de Freguesia (sim, para estar legal além das vacinas e boletim clínico em ordem, é obrigatório registar os cães na Junta, mas quase ninguém o faz; na minha o Duque é o nº 20 quando há mais de 100 cães na certa).

Para quem detesta ir ao veterinário o Duque até se portou bem. A porta que dá para o pátio da União Zoófila até é apelativo, já que ali passa tanto cão e gato que o "cheiro convida".Entrar no pátio é que é outra história;os cães percebem logo onde os vão meter. Cheguei à sala de espera e estava apenas um cão médio mas com poucos meses e um gato na "caixa de viagem" ou como lhe chamam. Depois de ir à secretaria marcar consulta, há que esperar na sala de espera, já tão conhecida. Os cães cheiram-se e para minha sorte naquele dia até se deram bem. O Duque cheirou tudo o que que lhe foi possível, já que lhe dei trela curta.

A consulta decorreu normalmente e o diagnóstico, além das indicações específicas- fezes, urina, alimentação, alterações de comportamento e outros aspectos de rotina- teve a sua "chave" na apalpação sub-abdominal e no toque rectal, que deram indícios de hipertrofia da próstata. O 1º ainda tive oportunidade de efectuar, sendo que o segundo exame físico foi logicamente apenas efectuado pela veterinária. O diagnóstico podia advir de duas situações: existência de quistos exteriores à próstata, frequentemente removidos por cirurgia, ou quistos dentro da próstata, passíveis de reversão com castração química ou física, a mais eficiente. Ambos os tumores testoterogénicos, obviamente. Para despiste de qualquer anomalia do sistema urinário, incumbiram-me ainda de colher Urina tipo II do meu cão!Situação no mínimo...caricata!

Passado uns dias la saí eu com o Duque e o típico recipiente comprado na farmácia. Pedi ajuda ao meu Pai, sendo que ele levava o cão, dando-lhe pouca trela, enquanto eu munido de luvas de borracha descartáveis e do boião lá tinha a complicada tarefa. Aliás, esta só era possível pelo cão ser arraçado de Teckel, logo pequeno, já que os cães médio e grandes urinam literalmente em jacto. Tentar colher urina nessas condições era o mesmo que colocar o pequeno recipiente debaixo de uma torneira aberta no máximo: ficava-se molhado e não se apanhava nada!

Contudo, o facto de ter um cão pequeno, se bem que tornasse a tarefa possível, não a tornava fácil! Um cão não castrado urina muitas vezes mas com pequenas e curtas micções, o que me obrigava literalmente a adivinhar o local onde o animal ia urinar e ser rápido e ágil. Lá tive de pôr em campo todos os meus conhecimentos do Duque (hábitos, reacções aos cheiros, postura, reflexos, locais favoritos para marcar território, etc). Foi difícil (e algo cómico de ver, especialmente para os transeuntes), urinou umas 12 vezes antes de eu apanhar alguma coisa. Tudo o que era parede de casa era impossível porque não me dava espaço de lá ir colher, pelo que as melhores tentativas foi ao nível das árvores e parquímetros! Confesso que além do jardim os separadores centrais das avenidas foram um bom trunfo, porque cão que é cão gosta de urinar em carros!! Habitualmente não deixo (às vezes escapa-se uma outra vez naturalmente) mas naquele dia que havia bónus o rapaz não queria aproveitar, talvez devido à "mudança de comportamento da rotina habitual"!

Mas seguindo em frente, lá consegui colher um bocado de urina que foi para análise. Dois dias depois, nova conversa com a veterinária (sem o Duque) que face aos resultados da análise me recomendou fornecer uma dieta durante 3 semanas ao cão: "Royal Canin Urinary S/O". Indicada para desfazer cálculos de estruvite, o mineral que o Duque possuía a nível do sistema urinário. Além disso, foram receitados uns comprimidos a ingerir todos os dias para a situação prostática.

Lá fui eu comprar um saco da dita ração mas o duque comê-la, nem vê-lo! O rapaz nunca gostou de ração seca, pelo que alternava com patês (não é a melhor dieta) com ração seca, alguns tipos de restos da comida de casa e frango e a carne mais "rasca" que há no supermercado(daquela cheia de nervos!), os bónus ocasionais! Claro que passar só a comer ração seca, que nunca apreciou, e deixar de comer as coisas que sempre comeu é o mesmo que obrigaram-nos a comer uma coisa que nunca gostámos e nunca mais comer carne, um docinho ou qualquer outra coisa boa ou "normal"!

Estava fortemente convencido que a fome falava mais alto, mas se a dose dele era de 175 gr por dia, comia metade de 48 em 48 h., quando tinha sorte! Foi emagrecendo e perdeu mais de um kg na primeira semana, o que é bastante considerável para um cão forte e de pequeno porte como ele. Nota-se logo a nível do volume corporal. Pensei que a jejum e o facto de lhe colocar o prato dele no chão apenas duas vezes por dia durante uma hora (de manhã e à noitinha, segundo a instrução da veterinária), lhe iria transmitir novos hábitos. Contudo, o meu cão tem personalidade forte e fez dos donos tontos, resistindo a tudo e todos, e demonstrando a mesma vontade de brincar, acasalar, passear e brigar! Resultado: para zelar pela sua saúde, passámos a dar a mesma comida em patê. Além de ter melhor aspecto e cheirar melhor, aspectos que o quadrúpede se calhar valorizou, a dose era de lata e meia por dia e cada lata era mais cara que um saco de ração (ou poucas latas o eram)! Voltei também ao esquema de alimentação habitual - dar-lhe comida a seguir ao almoço e depois de jantar- que o Duque e razoavelmente seguindo, não perdendo mais peso. Demonstrava estar saudável e com o kg a menos, mais ágil (até passou a saltar sempre aquela cerca alta do jardim que nunca o havia feito, só quando se entusiasmou com uma cadela e depois quando caiu em si precisou de ajuda para sair lá de dentro!) e com um pêlo mais forte (até melhor do que quando fez aquele "tratamento" de óleo de figado de bacalhau!)!




Três alegres semanas volvidas, lá fui fazer nova colheita de urina na rua e marquei consulta passado dois dias para fazer uma ecografia abdominal, vaciná-lo (agora já seria possível já que já tinha acabado a ingestão dos comprimidos, os quais era contra-indicação da vacina) e saber se a estruvite tinha revertido!

Passado dois dias lá fui com o Duque à União Zoófila, estrategicamente situada no outro lado da rua onde vivo! Com medo que ele estivesse com globo vesical e interferisse na visualização da próstata, já que era fim de tarde e havia saído há bastantes horas, lá fui à pressa ver se urinava na rua. Umas micções mais tarde lá estava na sala de espera. Desta vez, quatro companheiros se encontravam presentes: um gato numa "caixa" (sim, aquelas que não sei o nome!), um caniche de colo (daqueles que detesto) e dois belos cães grandes, um rafeiro preto e um cruzado de Husky e Serra da Estrela. Já se sabe que qualquer cão não gosta de veterinários, ainda mais quando estão vários juntos. Além dos cheiros que emanam do corpo ou urina, os sons (não esquecer os que se ouvem de dentro do consultório) e postura
de todos os cães transmitem receio aos restantes, pelo que todos se contagiam!

O Duque não é excepção, e desde que ficou internado dois dias por atropelamento, fica bastante inquieto. Na marquesa, contrai os músculos todos e treme, pelo que é o melhor local para lhe estudar a anatomia muscular!

Tive cerca de meia hora à espera mas passado uns 20 minutos foi impossível "aguentar" mais o Duque. Desde o primeiro minuto começou a rosnar aos outros cães,que por sua vez respondiam de igual modo ou apenas o observavam. Igual comportamento adivinha também dos seus "amigos". A nossa técnica (dos donos) lá era sossegá-los e mandá-los calar quando começassem a rosnar porque ao primeiro latido segue-se tudo em cadeia, todos perdem a pouca calma que têm devido ao nervosismo. E foi o que aconteceu, o Duque a certo momento não gostou de qualquer atitude do cão preto da frente que estava receosamente deitado entre as pernas do dono, e ladrou uma vez! Ladra um, ladra outro, ladram todos. Resultado: tive de vir com o Duque para o pátio da união Zoófila. Segundo a regra do bom-senso e civismo, o cão que chega mais tarde ou que causa problemas é o que tem de ir arejar hehe, pelo que mais uma vez me calhou a rifa. Só o não vi acontecer quando estava na presença de um "mitra fungoso" que tinha um daqueles cães de raça perigosa (e com poucos meses era já uma besta) que em pânico começou a ladrar aos restantes, e cujo dono não se dignou a afastar-se do local, como ainda referiu "estou-me a c*" quando uns presentes lhe referiram que a raça estava referenciada para uso obrigatório de açaime. Já conhecemos certas "laias" e o ponto mais baixo deste post já lhes foi endereçado, pelo que vou novamente seguir hehe!

Entretanto lá me chamaram ao pátio para ir fazer a Eco e nova passagem rapidinha na sala de espera com o mínimo de trela e mão muito forte para ultrapassar outra vez a confusão gerada! Na sala da Eco, esperavam-me uma veterinária com uma Eco portátil e três estudantes. que referiram: "oh que rasteirinho tão giro!" (no meu blog é permitido dizer bem do meu cão sff!).

Duque em cima da marquesa, uns mimos enquanto se relatavam algumas novidades do histórico do cão e toca a cortar com uma máquina de pêlo o que o Duque tinha na região abdominal visada. O rapaz lá protestou e lutou bastante e foi preciso as 5 pessoas segurarem-no bem firme. Pequenino mas lutador;)

Lá fomos vendo a Eco e além de umas fibroses insignificantes nos rins, mantinha uns resíduos de estruvite na bexiga, tinha um globo vesical enorme apesar das minhas boas intençoõs e o pior, alguns quistos benignos na próstata. Resultado: a cura passa pela castração química ou física.

A física passa por se retirar os testículos, o que implica a paragem para sempre de produção de testosterona e consequentemente de espermatozóides e incapacidade reprodutiva. O aumento de peso e diminuição da agressividade para com outros machos é de se esperar já que um cão castrado pode perder alguma da sua tendência para o "comportamento territorial" e, consequentemente, não lhe apetecer tanto andar longas distâncias e "lutar" por fêmeas com cio.

A castração química consiste em fornecer comprimidos ao cão que inibem a produção de testosterona durante poucos meses, tendo antes de se fornecer nova dose efectuar sempre nova eco para controlar o aparecimento de novos quistos que nunca revertem para sempre, logo é mais caro, stressante para os donos e para os animais . Só costuma ser aconselhada quando os donos cães têm tenções de reprodução para com os animais.

Como o meu Duque é rafeiro, está logicamente fora do leque. Sei que a castração é até bastante saudável no sentido em que previne o aparecimento de bastantes problemas futuros e aumenta a esperança média de vida, mas é sempre tirar um "direito" ao cão é sempre melhor fazer a cirurgia o mais cedo possível pois quanto mais velho é o animal, mais complicações podem advir do procedimento!



O Duque sempre foi um cão bastante saudável e enérgico e desde que amadureceu tem algumas "guerras" com outros cães e das quais vou sentir certa pena se diminuirem muito. Afinal, todo o Homem gosta de ter um macho viril hehe, e é aliás um bom indicador da boa-saúde e disposição do cão. Se o cão da cidade ganha no conforto, perde no do campo para a "diversão" com as cadelas já que aqui quando as galgam, a dona da visada não está logicamente interessada em ter o seu animal prenho, além de que acho que a performance sexual em plena via pública deve embaraçar alguns donos hehe. Se for para a castração física vou também sentir falta de algumas situações engraçadas como os "galganços" do Duque a algumas cadelas muito maiores (pastores alemãs, São-Bernardos (!!) ):

(uma "salsicha" entroncada e rasteira a abanar a cauda a mil à hora a uma gigante simpática com cio,entre cheiros, lambidelas, latidos e pulos de ambos!)

"É cão?" - pergunta-me o dono (habitualmente senhora, não sei porquê!)

"É sim!Ela ´tá com cio não é?" (o Duque quando cheira uma cadela com cio puxa tanto que se vêm os músculos todos, no auge da sua líbido!)

"Está sim."

"Mas ele é rasteirinho, não chega lá!"

"Chega chega que ela baixa-se!"

E efectivamente constatei que elas o fazem! E aí acaba sempre a brincadeira para ambos, que ficam muitos tristes!

Histórias!Outra que espero não deixar de ver é a "teoria dos 3 cães"! 2 cães conhecidos encontram-se e começam a brincar. Chega um terceiro conhecido de um dos dois original, e o que não o conhece atira-se logo ao terceiro! Mas 100 cães juntos portam-se lindamente!Curioso!

Para terminar, ainda tenho (temos, meus caros pais) de decidir pelo que optar enquanto que ainda tem de continuar a dieta porque tem estrovite. O rapaz está tão faminto de carne ou de qualquer outra coisa, que na rua, além dos habituais ossos e bocados de carne que tenta caçar, comeu um bocado de um pombo morto (momento de nojo para vocês)!Apesa de eles às vezes estarem medicados ou envenennados pela câmara, a dose presente por ingestão do animal é tão reduzida que a haver, não causa problemas. Aliás, o cão também não vomitou (como de uma vez que comeu compulsivamente umas ervas do quintal da minha prima perto de S.Pedro de Moel), pelo que estava fino!

Segue-se então nova colheita futura de urina tipo II e, a fazer castração física, a ida do paciente ao veterinário paa colher sangue para análise. Tal e qual uma pessoa...o que tem lógica!


Dedico este post ao João, que deve estar a chegar a casa de uma ida anão muito agradável a um especialista médico! Saudações!




"É verdadeiro, sincero, único, faz muita companhia e não precisa de pilhas....é um amigotchi!*




*adaptado de uma campnha da União Zoófila e Associação Zoófila Portuguesa!


Who let the dog out - Baha Men

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