Acometido por um novo fôlego e uma fúria sentimental, Eruntalon esticou o braço direito e no último momento pegou no estandarte, cuja haste tinha uma ponta metálica afiada. Devido à erva um pouco alta e ao entusiasmo, o Nainie só viu tarde de mais o golpe do opositor. Este, de joelhos, desferiu um movimento rotativo ascendente, cortando o peito do inimigo. Com um esforço que vai além de qualquer tentativa de descrição, o Ohtar pôs-se de pé cambaleando. De seguida, como um animal encurralado, desferiu movimentos rotativos com a comprida haste tentando manter o inimigo a distância, que entretanto o cercara.
“Irei levar o máximo comigo”, era o seu único pensamento.
E foi então que chegaram Úra e a Aranel correndo. A feiticeira, com a sua lança, estagnou furiosa ao observar tamanha persistência e resistência do cavaleiro ferido, que com uma fácies de eterno sofrimento tentava afastar e atingir os vários homens que o haviam ladeado. Já Úra, mais célere, passou pelos cadáveres de dois soldados vítimas do Ohtar e demonstrou a razão de ser aprendiz da Aranel:aproximou-se do raio de acção do comandante, desembainhou a sua espada e no momento certo deu dois passos laterais, desferindo um corte vertical. A haste foi cortada em duas! Mesmo assim, Eruntalon continuou a brandir o curto pau, que lhe conferia uma resistência ridícula! Os Nainies deram todos um passo a frente prontos a o trespassarem simultaneamente quando a sua Mestre deu um grito de contenção! Todos pararam.
“Ele é meu!”, bradou.
O ódio que se lhe gerou misturado com a dor forte do braço facturado deu-lhe acesso a pequenas reservas de essência que nunca julgaria ter. Primeiro canalizou-as para os olhos, para perspectivar a condição do adversário. Iria fazê-lo sofrer antes de o exterminar por completo! Mas ficou sem palavras… a representação dos fluxos de energia do cavaleiro que se formou na sua mente indicaram-lhe todas as suas lesões corporais! A Aranel ficou incrédula como o Homem ainda se mexia. Tal quadro só lhe aumentou a ira!
Canalizando mais essência para a mão direita, desferiu três raios incandescentes para pontos anatómicos estratégicos do cavaleiro.Os raios passaram entre o Nainie e Úra que estavam entre si e o inimigo, atingindo-o. Os dois primeiros abateram-se sobre o tornozelo direito, queimando e destruindo cartilagens e ligamentos. O último não foi tão certeiro e em vez do rim esquerdo bateu na base superior da bacia, perfurando o que restava da armadura, pele e músculo e fazendo soltar-se a pequena bolsa de couro do cavaleiro. Como resultado, Eruntalon caiu de joelhos com o tronco levantado, largando a haste e emitindo o que foi uma mistura de dor e sangue bolsado. Estava indefeso e deixou de sentir dor por completo. Nem o corpo sentia. Sabia agora que o fim estava próximo...
“Irei levar o máximo comigo”, era o seu único pensamento.
E foi então que chegaram Úra e a Aranel correndo. A feiticeira, com a sua lança, estagnou furiosa ao observar tamanha persistência e resistência do cavaleiro ferido, que com uma fácies de eterno sofrimento tentava afastar e atingir os vários homens que o haviam ladeado. Já Úra, mais célere, passou pelos cadáveres de dois soldados vítimas do Ohtar e demonstrou a razão de ser aprendiz da Aranel:aproximou-se do raio de acção do comandante, desembainhou a sua espada e no momento certo deu dois passos laterais, desferindo um corte vertical. A haste foi cortada em duas! Mesmo assim, Eruntalon continuou a brandir o curto pau, que lhe conferia uma resistência ridícula! Os Nainies deram todos um passo a frente prontos a o trespassarem simultaneamente quando a sua Mestre deu um grito de contenção! Todos pararam.
“Ele é meu!”, bradou.
O ódio que se lhe gerou misturado com a dor forte do braço facturado deu-lhe acesso a pequenas reservas de essência que nunca julgaria ter. Primeiro canalizou-as para os olhos, para perspectivar a condição do adversário. Iria fazê-lo sofrer antes de o exterminar por completo! Mas ficou sem palavras… a representação dos fluxos de energia do cavaleiro que se formou na sua mente indicaram-lhe todas as suas lesões corporais! A Aranel ficou incrédula como o Homem ainda se mexia. Tal quadro só lhe aumentou a ira!
Canalizando mais essência para a mão direita, desferiu três raios incandescentes para pontos anatómicos estratégicos do cavaleiro.Os raios passaram entre o Nainie e Úra que estavam entre si e o inimigo, atingindo-o. Os dois primeiros abateram-se sobre o tornozelo direito, queimando e destruindo cartilagens e ligamentos. O último não foi tão certeiro e em vez do rim esquerdo bateu na base superior da bacia, perfurando o que restava da armadura, pele e músculo e fazendo soltar-se a pequena bolsa de couro do cavaleiro. Como resultado, Eruntalon caiu de joelhos com o tronco levantado, largando a haste e emitindo o que foi uma mistura de dor e sangue bolsado. Estava indefeso e deixou de sentir dor por completo. Nem o corpo sentia. Sabia agora que o fim estava próximo...
Entretanto a Aranel viu a bolsa ser projectada para o chão, soltando o seu conteúdo aos seus pés. A feiticeira viu a rosa e o rolo de folhas e acometida por um misto de curiosidade e ódio pegou nelas, começando a lê-las. Sabia que agora o guerreiro estava a sua mercê. E à medida que foi passando os olhos por aquelas linhas foi percebendo a génesis de tamanha força do cavaleiro e dos Ohtars:
Homem do Leme - Xutos E Pontapes
Homem do Leme - Xutos E Pontapes
Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
No fundo do mar
jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
No fundo do mar
jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder
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