Eruntalon encontrava-se de joelhos, apoiado no braço direito, tentando focar a sua inimiga durante os espasmos que lhe acometiam. Entre a sua visão que se encontrava cada vez mais turva viu a Aranel ler as folhas. De seguida a sua cara de ódio. Por fim, a sua obra a arder.
O guerreiro, naquele estado de turpor e inconsciência, terá visto naquele gesto uma ameaça de vida para quem amava? Ter-se-á recordado de todos os sacrifícios que havia tido? Ou o tempo que havia dado por e para exprimir aqueles sentimentos? Não o sei dizer! Apenas sei que tudo se passou muito rápido! Nesse exacto momento três coisas sucederam-se em cadeia.
Em primeiro lugar, uma corneta soou no vale! Todos os presentes olharam para o horizonte e viram entrar no vale - do lado em que o haviam feito - uma extensa linha de Ohtars! Não vos sei dizer se Eruntalon ouviu ou distinguiu a corneta de Mirimon! Penso que não, mas o resto tenho a certeza: apesar das lesões incapacitantes, Eruntalon protagonizou um milagre…sentiu algo dentro de si, desfez-se do torpor e uma palavra ressoou na sua mente: “substimaste-me”!
Inexplicavelmente ganhou forças, impulsionou os membros inferiores, levantou-se e começou a correr na direcção da Aranel. Só a focava, apesar de um Nainie e de Úra o separarem da feiticeira. Devido às lesões, a cada passo perdia o equilíbrio e a força, pelo que os 7 metros que a separavam da guerreira foram percorridos num desequilíbrio crescente. O inimigo foi apanhado de surpresa; todos haviam olhado para os Othars e apercebendo-se do barulho depararam com o que parecia ser uma miragem: Eruntalon levantara-se e corria!
A Aranel fitou-o com os seus olhos conspurcados de essência e viu o enorme fluxo de energia brilhante que se lhe havia gerado no coração, sendo transportado até grande parte das lesões do corpo, especialmente as pernas, permitindo-lhe mover-se uns metros. Apesar dos seus ataques cirúrgicos…como é que ainda se mexia?? A incompreensão fez a ira crescer…
Entretanto aconteceu o terceiro fenómeno e tudo se desenrolou em curtos e poucos segundos. Enquanto o cavaleiro seguia direito à inimiga, alcançou o primeiro Nainie que embora surpreso desferiu uma espadada. O comandante apenas viu a arma reluzir ao sol! Contudo o movimento foi interceptado por Heru! Este surgiu rapidamente e mordeu a mão que empunhava a arma, a qual foi largada no ar. Simultaneamente, e de modo completamente mecânico, o Ohtar desferiu um murro fraco mas eficaz com a esquerda, pegando na espada deficientemente com o mesmo membro devido à condição do pulso, enquanto levava o braço direito à cabeça.
A três passos estava Úra que foi mais lento a reagir mas tentou uma estocada. Não muito eficaz, pois Eruntalon retirou o elmo e desferiu-lhe a quina na cara, cegando-a e desfigurando-lhe o maxilar, enquanto a espada da opositora lhe fazia um corte na anca direita.
Victory - Toshiro Masuda
O guerreiro, naquele estado de turpor e inconsciência, terá visto naquele gesto uma ameaça de vida para quem amava? Ter-se-á recordado de todos os sacrifícios que havia tido? Ou o tempo que havia dado por e para exprimir aqueles sentimentos? Não o sei dizer! Apenas sei que tudo se passou muito rápido! Nesse exacto momento três coisas sucederam-se em cadeia.
Em primeiro lugar, uma corneta soou no vale! Todos os presentes olharam para o horizonte e viram entrar no vale - do lado em que o haviam feito - uma extensa linha de Ohtars! Não vos sei dizer se Eruntalon ouviu ou distinguiu a corneta de Mirimon! Penso que não, mas o resto tenho a certeza: apesar das lesões incapacitantes, Eruntalon protagonizou um milagre…sentiu algo dentro de si, desfez-se do torpor e uma palavra ressoou na sua mente: “substimaste-me”!
Inexplicavelmente ganhou forças, impulsionou os membros inferiores, levantou-se e começou a correr na direcção da Aranel. Só a focava, apesar de um Nainie e de Úra o separarem da feiticeira. Devido às lesões, a cada passo perdia o equilíbrio e a força, pelo que os 7 metros que a separavam da guerreira foram percorridos num desequilíbrio crescente. O inimigo foi apanhado de surpresa; todos haviam olhado para os Othars e apercebendo-se do barulho depararam com o que parecia ser uma miragem: Eruntalon levantara-se e corria!
A Aranel fitou-o com os seus olhos conspurcados de essência e viu o enorme fluxo de energia brilhante que se lhe havia gerado no coração, sendo transportado até grande parte das lesões do corpo, especialmente as pernas, permitindo-lhe mover-se uns metros. Apesar dos seus ataques cirúrgicos…como é que ainda se mexia?? A incompreensão fez a ira crescer…
Entretanto aconteceu o terceiro fenómeno e tudo se desenrolou em curtos e poucos segundos. Enquanto o cavaleiro seguia direito à inimiga, alcançou o primeiro Nainie que embora surpreso desferiu uma espadada. O comandante apenas viu a arma reluzir ao sol! Contudo o movimento foi interceptado por Heru! Este surgiu rapidamente e mordeu a mão que empunhava a arma, a qual foi largada no ar. Simultaneamente, e de modo completamente mecânico, o Ohtar desferiu um murro fraco mas eficaz com a esquerda, pegando na espada deficientemente com o mesmo membro devido à condição do pulso, enquanto levava o braço direito à cabeça.
A três passos estava Úra que foi mais lento a reagir mas tentou uma estocada. Não muito eficaz, pois Eruntalon retirou o elmo e desferiu-lhe a quina na cara, cegando-a e desfigurando-lhe o maxilar, enquanto a espada da opositora lhe fazia um corte na anca direita.
Victory - Toshiro Masuda
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