Solidão…
De ti, de te rever
Tempo para remoer
Esta ausência bem sentida
Lentamente volvida
E que faz doer!
Em mim,
Dois pólos sem fim:
Coração e razão
Encontram-se em conflito!
Normal atrito
Num romântico
E bem logrado
Apaixonado!
O cérebro trabalha,
A cabeça pensa
Com o seu cântico
O que é ofensa
Para o coração...
Lança dúvidas
Bem dúbias
À minha reflexão,
Dúvidas se o que tenho mantido
Tão fortemente a ti rendido
Alguma vez será correspondido!
Só faz a sua função
Tentar puxar a razão
Elucidar-me o coração,
Mas o que desconhece
É a sensação que me empurra
E contudo me esmurra:
O que por ti sinto
E que, de modo sucinto,
Te tento mostrar
E quem sabe encantar!
E só quando ela,
Sensação, coisa bela,
Forma um sentimento
Aí sim o reconhece!
E se não está convencido
Pouco importa…
Aliás, que me importa!
Já está vencido
Pela comporta
Que me bombeia a vida,
Faz-ma viver
E sentindo, a perceber!
E que dizer
Quando longe estás
À frente ou atrás
Do que a minha vista alcança...
Ao contrário das fronteiras,
Limites e barreiras
Da minha querida esperança!
É quando pego num retrato teu
Não um qualquer,
Que mal te quer,
Um que é parte do meu mundo
Que considero com amor,
Sinceridade e furor
Máximo expoente
Para uma recordação
Tal sol nascente de uma nação!
Por mim tirado o ano passado
Para mim, a tua foto de eleição…
É a perfeição
Um hino ao coração!
Pois basta nela pegar
E com calma visualizar:
Uma situação momentânea,
Um momento captado
E para mim encantado!
Quando a vejo
Que lindo beijo
É para minha alma
Tal combate a vivalma!
Lá presente,
Nas minhas mãos, à minha frente
Tu, com esse sorriso espontâneo
De simpatia irradiante,
Imagem de marca do teu semblante,
Que me faz bradar:
Um sorriso
ou quiçá riso…
Ao invés do ouro
São o tesouro!
E que dizer do teu olhar?
Doce luar!
Um lindo mar
Para me perder,
Antro de saudade
É a sua especialidade!
Infinito oceano, onde sou náufrago à deriva
Onde meu rumo é parco de iniciativa
Embalado pela maresia
Reconfortante fantasia
Nele vou a todo e lado algum
Sou como um dado
Somo todos os números menos o nenhum!
E quando contigo estou
Que bom, o vazio passou!
O teu olhar
Alegre, bondoso
Tão amistoso
Lindo de contemplar
Traz-me calma
E curiosamente arrebate-me a alma!
E que dizer da tua expressão
Plano de fundo da minha mão
Doce, especial
Única e magistral!
Apenas três aspectos referi
Esplenderosos, não me conti
Mas outro segredo tenho a contar
É que esta imagem
Tal revigorante aragem
É a paz para a minha guerra
Enterrando-a sob a terra:
É o que me une
Pois ordeiramente reúne
Alma, coração e razão
Parando a confusão!
É a ponte
E simultaneamente fonte
Que me faz sonhar e relembrar
As lindas histórias
Gravadas em mil memórias
Coisas lindas
Vividas, comentadas,
Já passadas
Mas nunca findas!
Sempre lembradas...
Inúmeros dias mágicos
Momentos nostálgicos!
Alguns deles já contei
Noutros poemas que elaborei
Mas outros dois foram especiais
Fontes de calor, fenomenais:
Foi numa bela tarde
De Inverno, tanto frio
Que a pele arde,
E como sorrio
Desta experiência
Ou situação
Para uns vaga de eloquência
Para outros inundada de compreensão!
Foi numa bela semana
Que fui ao Pulido
Após o horário ao CB ter pedido!
E à chegada, o que o meu cerne emana?
Expectativa e euforia
Da surpresa engendrada
E nesse dia consagrada!
Foi numa bela quinta
Que tentei uma finta
À minha bela razão
A soldo do coração!
A saudade apertava
E devagarinho sufocava
A alegria de viver
Tanto tempo sem te encontrar
Tanto ficando para falar!
Maré crescente
E tão potente
De dias sem te dizer
O que só me apetece externar
Mas como o fazer
Sem nunca te ver?
E para esse sentimento diluir
Lá fui em busca de sentir
A irmã oposta da tristeza
Que não conhece a moleza:
A nossa grande alegria!
Lá escolhi uma flor
De véspera encomendada
Simplesmente ornamentada
Como que pedindo à neve a sua cor:
Uma rosa branca
De simbologia tanta
Combina com a estação
E toda a minha emoção!
E contigo a pegá-la
A segurá-la
À minha vista,
Formoso quadro,
Tão bonita!
Nem um reparo a dizer,
A afirmar
A enunciar,
A fazer…
Vinhas cansada
Ou melhor estoirada
Mas repito, tão bonita,
Tão catita:
Donzela graciosa
Estrondosa e formosa!
E eu bem queria
Mas já sabia
Que não podia
Expressar tudo o que em mim ia
Pôr “as cartas sobre a mesa”
E com toda a firmeza
Dizer o quanto te adoro
Ou melhor…podia
Mas já sabia
Que te podias assustar
Tudo podias sentir
E variadamente reagir
Mas senti que aquele
Não era o momento
De mostrar o meu pensamento
Só ali queria estar
Ter a tua companhia,
Dela desfrutar
Enquanto poderia...
Enquanto duraria!
E feliz
Lá fui eu como um petiz
Embalado na tua presença
Empurrado pela minha crença
Até no Rossio me despedir!
E antes de ir
Por ti ser banhado
E deveras iluminado
Com teu sorriso!
Noite…
Chove…
Água a cair
Do céu a jorrar
Tanta, imensa
Pesada e densa!
Chegando ao solo
Sai do colo
Do imenso ar
E no chão
De pedra, alcatrão
Se move
Lá viaja, a fluir
Até nas sarjetas imergir
E a terra a engolir!
E assim, nas ruas
Da Baixa, de calma nuas
Chuva, carros, pessoas
Parecem tolas,
Tanta é a pressa
De ir nessa
Onda de movimento
Normal tormento
Do local e do tempo!
Sinto-me vagamente
Um pouco distantemente
Molhado…
Encharcado…
Água escorre-me pela face
Qual lágrimas, sem impasse
De neste mundo mergulharem
E fugazmente se mostrarem...
Os guarda-chuvas reinam
O tempo espelham
As suas cores exibem
E não se inibem
De no conjunto
De modo tão junto
Formarem uma composição
De tons escuros, tal triste canção!
Vejo as pessoas cansadas
Enfadadas, apressadas
Escravas da rotina
Triste sina,
Ou simplesmente fugindo
A este grande temporal
Natural e brutal!
E rapidamente indo
Por mim passam
Por mim rasam
Tal sombras tão pouco flácidas,
Tão pouco plácidas!
Eu vou devagar…
Escorro lágrimas do céu
Sou observado com admiração:
Ao léu
Sem gorro e chapéu
Calmamente a vaguear
Sem me apressar,
Anormal situação!
Mas não estou lá, na confusão
Estou noutra dimensão
Em mim
Dois mundos sem fim
Trabalham
E ensaiam:
O coração, obrante,
Qual fornalha escaldante
Arde com a sua chama
Que me inflama!
O pensamento
Relembra todo aquele momento
Vivido com satisfação
E tamanha emoção:
Ainda agora ao virar da esquina
Tão próxima, de ti
Me despedi
Contente como um traquina!
Mas os meus mundos incanssantes
De forças mandantes
Já sem misericórdia
Sem pausarem, exibem sua glória!
E mesmo antes, ao ir à escola,
Para o meu vazio grande esmola!
Encontrei-te
Falei-te
Acompanhei-te
Toquei-te!
Contigo ao pé
Que turbilhão,
Sempre a ré!
A minha boca, incansável
As novidades contava
E no fim, quando importava
Ao me despedir,
Foi-se o transmitir…
Eu, por impulsos, miserável,
Nada te disse!
Que momento fixe
Quase utópico
Para o meu deserto verdadeiro ópio!
Mas não..
No fim, a conclusão
Foi tão fugaz
Que já à saudade apraz!
Contudo um sorriso teu foi minha contemplação!
Mas como diz
Uma grande companheira
Minha extensa ombreira
E tal e qual eu fiz,
Ofuscado por ti ,princesa,
E pela tua beleza:
Os que inconscientemente,
Tal é a alegria medida,
São rápidos na despedida
São verdadeiramente
Os que a não querem concluir
E de qualquer forma partir!
E que engraçado, incontestavelmente o é
Não o posso negar pois é,
A saudade ao te encontrar
Não faz mais nada que se acalmar
Não morre, torna-se silenciosa, logo ali adormece!
Mas no sono igualmente tece
O modo que irá usar
Para me atacar,
O que irá emanar!
E quando virares costas
Nem apostas
Quanto doloroso será o seu despertar!
E com ela vivo sempre
Eu, não só somente:
Eu e toda a gente!
No meu caso, a saudade por uma pequena princesa
Sempre o repito,
Tal mito,
Bem linda, é só grandeza!
E aqui me interrompo
Pois voltei a mim, à Terra, onde me encontro,
Após tanto telefonar
Te tentar contactar,
No computador
Acabaste de me falar
E ao meu convite
Ouvi a resposta que já sei de cor…
Já sabia que seria difícil
Nestas férias contigo
Descontraidamente, como amigo
Qualquer sítio visitar
Dar uma volta, passear!
Mas a prenda
Única que almejava
E que nesta altura sonhava
Era uma simples oferenda:
Ouvir a tua voz!
Sim, qual barco para a foz
Qual disparo, qual míssil…
No meu peito
Calaria tanto defeito
A saudade enxotaria
E a paixão explodiria!
Mas não, vou esperar mais
Não é desta que vi-te,
O barco fica no cais…
E a juntar a esta festa
Em que a felicidade
Presente,
Mormente
Só de sesta,
Vejo a maneira
Como me escreveste
Tão directa, rápida e concisa
Quase deixou ferida
Fria talvez...
De novo cansada,
Esgotada?
Não o sei constatar
Sem mais factos não o posso adivinhar
Enfim, foi as contas que Deus fez!
E a minha resposta é continuar a escrever
Quem sabe se isto irás ler?
Desconheço…
Mas como me conheço
Uma coisa em mim é certa
Sou homem de coração
E alma aberta
E as pessoas que nele estão
Certamente o saberão!
E mesmo na rotina do mesmo desfecho,
Após me abrir
(nunca me fecho),
Tentarei sorrir
Pois gosto de amar!
É a minha Natureza
Com toda a certeza
Sou do género de mostrar
Mesmo que depois por dentro possa chorar!
Pois a minha armadura
Tão dura,
Pouco frágil
E resistente às provações
Desafios e complicações
Do amor
Não é totalmente impermeável
Às suas máguas e incertezas!
E embora as minhas fraquezas
O meu coração não torne afável
Por vezes ao amor,
O importante é que por onde eu for
O caminho é sempre em frente,
Para diante
Para a luz, sem medo de amar
Para o optimismo a jusante!
E é assim querida (...)inha,
Princesa minha,
Sou eu mesmo
E mesmo eu sou
Quando contigo estou!
E finalizando,
Do principal assunto não me desviando
Metaforicamente bradando:
Apesar de ser baço
E um pequeno pedaço
Este retrato fino e de papel,
Para mim é como mel!
Pois longe de ti
É bem importante
É como adoçante
Para o meu dia-a-dia
Na solidão...é me uma alegria!
(foto;retrato)
25 de Janeiro; 7,19 e 20 de Fevereiro de 2007
João Veloso
4 comments:
bem aki ta um coraçao solitario mas n tem medo de falar o sente penso q isso é o mais importante.
mesmo q n seja desta n tem mal ela ha-de estar aí algures
diogo
puto... somos trovadoress numa nova era... apenas nascemos na era q n devia ser nossa.
por vezes penso que o mundo nao ta pronto para pessoas como nos, esqueceram-se da pureza natural, da verdadeira essencia da vida
abrç
i continua meu amigo a cantar o k sai da alma
Venho, desde já, mostrar aqui a minha admiração por conseguires exprimir-t desta maneira. Fantastico.
abraço
Amar é das melhores capacidades que temos =) até a melhor...
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