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Ser Enfermeiro...

Wednesday, May 2, 2007

Solidão...

Solidão…

De ti, de te rever

Tempo para remoer

Esta ausência bem sentida

Lentamente volvida

E que faz doer!

Em mim,

Dois pólos sem fim:

Coração e razão

Encontram-se em conflito!

Normal atrito

Num romântico

E bem logrado

Apaixonado!

O cérebro trabalha,

A cabeça pensa

Com o seu cântico

O que é ofensa

Para o coração...

Lança dúvidas

Bem dúbias

À minha reflexão,

Dúvidas se o que tenho mantido

Tão fortemente a ti rendido

Alguma vez será correspondido!



Só faz a sua função

Tentar puxar a razão

Elucidar-me o coração,

Mas o que desconhece

É a sensação que me empurra

E contudo me esmurra:

O que por ti sinto

E que, de modo sucinto,

Te tento mostrar

E quem sabe encantar!

E só quando ela,

Sensação, coisa bela,

Forma um sentimento

Aí sim o reconhece!



E se não está convencido

Pouco importa…

Aliás, que me importa!

Já está vencido

Pela comporta

Que me bombeia a vida,

Faz-ma viver

E sentindo, a perceber!



E que dizer

Quando longe estás

À frente ou atrás

Do que a minha vista alcança...

Ao contrário das fronteiras,

Limites e barreiras

Da minha querida esperança!

É quando pego num retrato teu

Não um qualquer,

Que mal te quer,

Um que é parte do meu mundo

Que considero com amor,

Sinceridade e furor

Máximo expoente

Para uma recordação

Tal sol nascente de uma nação!

Por mim tirado o ano passado

Para mim, a tua foto de eleição…

É a perfeição

Um hino ao coração!



Pois basta nela pegar

E com calma visualizar:

Uma situação momentânea,

Um momento captado

E para mim encantado!

Quando a vejo

Que lindo beijo

É para minha alma

Tal combate a vivalma!

Lá presente,

Nas minhas mãos, à minha frente

Tu, com esse sorriso espontâneo

De simpatia irradiante,

Imagem de marca do teu semblante,

Que me faz bradar:

Um sorriso

ou quiçá riso…

Ao invés do ouro

São o tesouro!



E que dizer do teu olhar?

Doce luar!

Um lindo mar

Para me perder,

Antro de saudade

É a sua especialidade!

Infinito oceano, onde sou náufrago à deriva

Onde meu rumo é parco de iniciativa

Embalado pela maresia

Reconfortante fantasia

Nele vou a todo e lado algum

Sou como um dado

Somo todos os números menos o nenhum!

E quando contigo estou

Que bom, o vazio passou!

O teu olhar

Alegre, bondoso

Tão amistoso

Lindo de contemplar

Traz-me calma

E curiosamente arrebate-me a alma!



E que dizer da tua expressão

Plano de fundo da minha mão

Doce, especial

Única e magistral!



Apenas três aspectos referi

Esplenderosos, não me conti

Mas outro segredo tenho a contar

É que esta imagem

Tal revigorante aragem

É a paz para a minha guerra

Enterrando-a sob a terra:

É o que me une

Pois ordeiramente reúne

Alma, coração e razão

Parando a confusão!

É a ponte

E simultaneamente fonte

Que me faz sonhar e relembrar

As lindas histórias

Gravadas em mil memórias

Coisas lindas

Vividas, comentadas,

Já passadas

Mas nunca findas!

Sempre lembradas...

Inúmeros dias mágicos

Momentos nostálgicos!

Alguns deles já contei

Noutros poemas que elaborei

Mas outros dois foram especiais

Fontes de calor, fenomenais:



Foi numa bela tarde

De Inverno, tanto frio

Que a pele arde,

E como sorrio

Desta experiência

Ou situação

Para uns vaga de eloquência

Para outros inundada de compreensão!

Foi numa bela semana

Que fui ao Pulido

Após o horário ao CB ter pedido!

E à chegada, o que o meu cerne emana?

Expectativa e euforia

Da surpresa engendrada

E nesse dia consagrada!

Foi numa bela quinta

Que tentei uma finta

À minha bela razão

A soldo do coração!



A saudade apertava

E devagarinho sufocava

A alegria de viver

Tanto tempo sem te encontrar

Tanto ficando para falar!

Maré crescente

E tão potente

De dias sem te dizer

O que só me apetece externar

Mas como o fazer

Sem nunca te ver?

E para esse sentimento diluir

Lá fui em busca de sentir

A irmã oposta da tristeza

Que não conhece a moleza:

A nossa grande alegria!

Lá escolhi uma flor

De véspera encomendada

Simplesmente ornamentada

Como que pedindo à neve a sua cor:

Uma rosa branca

De simbologia tanta

Combina com a estação

E toda a minha emoção!

E contigo a pegá-la

A segurá-la

À minha vista,

Formoso quadro,

Tão bonita!

Nem um reparo a dizer,

A afirmar

A enunciar,

A fazer…

Vinhas cansada

Ou melhor estoirada

Mas repito, tão bonita,

Tão catita:

Donzela graciosa

Estrondosa e formosa!

E eu bem queria

Mas já sabia

Que não podia

Expressar tudo o que em mim ia

Pôr “as cartas sobre a mesa”

E com toda a firmeza

Dizer o quanto te adoro

Ou melhor…podia

Mas já sabia

Que te podias assustar

Tudo podias sentir

E variadamente reagir

Mas senti que aquele

Não era o momento

De mostrar o meu pensamento

Só ali queria estar

Ter a tua companhia,

Dela desfrutar

Enquanto poderia...

Enquanto duraria!



E feliz

Lá fui eu como um petiz

Embalado na tua presença

Empurrado pela minha crença

Até no Rossio me despedir!

E antes de ir

Por ti ser banhado

E deveras iluminado

Com teu sorriso!






Noite…

Chove…

Água a cair

Do céu a jorrar

Tanta, imensa

Pesada e densa!

Chegando ao solo

Sai do colo

Do imenso ar

E no chão

De pedra, alcatrão

Se move

Lá viaja, a fluir

Até nas sarjetas imergir

E a terra a engolir!

E assim, nas ruas

Da Baixa, de calma nuas

Chuva, carros, pessoas

Parecem tolas,

Tanta é a pressa

De ir nessa

Onda de movimento

Normal tormento

Do local e do tempo!



Sinto-me vagamente

Um pouco distantemente

Molhado…

Encharcado…

Água escorre-me pela face

Qual lágrimas, sem impasse

De neste mundo mergulharem

E fugazmente se mostrarem...



Os guarda-chuvas reinam

O tempo espelham

As suas cores exibem

E não se inibem

De no conjunto

De modo tão junto

Formarem uma composição

De tons escuros, tal triste canção!



Vejo as pessoas cansadas

Enfadadas, apressadas

Escravas da rotina

Triste sina,

Ou simplesmente fugindo

A este grande temporal

Natural e brutal!

E rapidamente indo

Por mim passam

Por mim rasam

Tal sombras tão pouco flácidas,

Tão pouco plácidas!



Eu vou devagar…

Escorro lágrimas do céu

Sou observado com admiração:

Ao léu

Sem gorro e chapéu

Calmamente a vaguear

Sem me apressar,

Anormal situação!



Mas não estou lá, na confusão

Estou noutra dimensão

Em mim

Dois mundos sem fim

Trabalham

E ensaiam:

O coração, obrante,

Qual fornalha escaldante

Arde com a sua chama

Que me inflama!

O pensamento

Relembra todo aquele momento

Vivido com satisfação

E tamanha emoção:

Ainda agora ao virar da esquina

Tão próxima, de ti

Me despedi

Contente como um traquina!

Mas os meus mundos incanssantes

De forças mandantes

Já sem misericórdia

Sem pausarem, exibem sua glória!



E mesmo antes, ao ir à escola,

Para o meu vazio grande esmola!

Encontrei-te

Falei-te

Acompanhei-te

Toquei-te!

Contigo ao pé

Que turbilhão,

Sempre a ré!

A minha boca, incansável

As novidades contava

E no fim, quando importava

Ao me despedir,

Foi-se o transmitir…

Eu, por impulsos, miserável,

Nada te disse!

Que momento fixe

Quase utópico

Para o meu deserto verdadeiro ópio!

Mas não..

No fim, a conclusão

Foi tão fugaz

Que já à saudade apraz!

Contudo um sorriso teu foi minha contemplação!

Mas como diz

Uma grande companheira

Minha extensa ombreira

E tal e qual eu fiz,

Ofuscado por ti ,princesa,

E pela tua beleza:

Os que inconscientemente,

Tal é a alegria medida,

São rápidos na despedida

São verdadeiramente

Os que a não querem concluir

E de qualquer forma partir!



E que engraçado, incontestavelmente o é

Não o posso negar pois é,

A saudade ao te encontrar

Não faz mais nada que se acalmar

Não morre, torna-se silenciosa, logo ali adormece!

Mas no sono igualmente tece

O modo que irá usar

Para me atacar,

O que irá emanar!

E quando virares costas

Nem apostas

Quanto doloroso será o seu despertar!



E com ela vivo sempre

Eu, não só somente:

Eu e toda a gente!

No meu caso, a saudade por uma pequena princesa

Sempre o repito,

Tal mito,

Bem linda, é só grandeza!



E aqui me interrompo

Pois voltei a mim, à Terra, onde me encontro,

Após tanto telefonar

Te tentar contactar,

No computador

Acabaste de me falar

E ao meu convite

Ouvi a resposta que já sei de cor…

Já sabia que seria difícil

Nestas férias contigo

Descontraidamente, como amigo

Qualquer sítio visitar

Dar uma volta, passear!

Mas a prenda

Única que almejava

E que nesta altura sonhava

Era uma simples oferenda:

Ouvir a tua voz!

Sim, qual barco para a foz

Qual disparo, qual míssil…

No meu peito

Calaria tanto defeito

A saudade enxotaria

E a paixão explodiria!

Mas não, vou esperar mais

Não é desta que vi-te,

O barco fica no cais…

E a juntar a esta festa

Em que a felicidade

Presente,

Mormente

Só de sesta,

Vejo a maneira

Como me escreveste

Tão directa, rápida e concisa

Quase deixou ferida

Fria talvez...

De novo cansada,

Esgotada?

Não o sei constatar

Sem mais factos não o posso adivinhar

Enfim, foi as contas que Deus fez!



E a minha resposta é continuar a escrever

Quem sabe se isto irás ler?

Desconheço…

Mas como me conheço

Uma coisa em mim é certa

Sou homem de coração

E alma aberta

E as pessoas que nele estão

Certamente o saberão!

E mesmo na rotina do mesmo desfecho,

Após me abrir

(nunca me fecho),

Tentarei sorrir

Pois gosto de amar!

É a minha Natureza

Com toda a certeza

Sou do género de mostrar

Mesmo que depois por dentro possa chorar!

Pois a minha armadura

Tão dura,

Pouco frágil

E resistente às provações

Desafios e complicações

Do amor

Não é totalmente impermeável

Às suas máguas e incertezas!

E embora as minhas fraquezas

O meu coração não torne afável

Por vezes ao amor,

O importante é que por onde eu for

O caminho é sempre em frente,

Para diante

Para a luz, sem medo de amar

Para o optimismo a jusante!

E é assim querida (...)inha,

Princesa minha,

Sou eu mesmo

E mesmo eu sou

Quando contigo estou!



E finalizando,

Do principal assunto não me desviando

Metaforicamente bradando:

Apesar de ser baço

E um pequeno pedaço

Este retrato fino e de papel,

Para mim é como mel!

Pois longe de ti

É bem importante

É como adoçante

Para o meu dia-a-dia

Na solidão...é me uma alegria!


(foto;retrato)




25 de Janeiro; 7,19 e 20 de Fevereiro de 2007


João Veloso

4 comments:

Anonymous said...

bem aki ta um coraçao solitario mas n tem medo de falar o sente penso q isso é o mais importante.
mesmo q n seja desta n tem mal ela ha-de estar aí algures

diogo

Anonymous said...

puto... somos trovadoress numa nova era... apenas nascemos na era q n devia ser nossa.

por vezes penso que o mundo nao ta pronto para pessoas como nos, esqueceram-se da pureza natural, da verdadeira essencia da vida

abrç

i continua meu amigo a cantar o k sai da alma

Anonymous said...

Venho, desde já, mostrar aqui a minha admiração por conseguires exprimir-t desta maneira. Fantastico.

abraço

Anonymous said...

Amar é das melhores capacidades que temos =) até a melhor...