União Zoófila e Associação Zoófila Portuguesa


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Ser Enfermeiro...

Monday, March 23, 2009

Eruntalon - XII

O dragão mergulhou de boca aberta, preparado para rasgar o cavaleiro em dois com os dentes afiados como navalhas! Simultaneamente rugiu! O grito horrível feriu os tímpanos de Eruntalon e encheu-lhe a cabeça de dor. A boca aberta tinha o dobro do tamanho do guerreiro. Os olhos da besta resplandeciam como um inferno vermelho, cor de sangue. As suas garras com o tamanho de três espadas prometiam um fim não menos doloroso! Foi então que a besta, na iminência do embate, esticou as asas para ganhar envergadura. Voava apenas a dois metros do solo. E naqueles segundos antes do embate, foi fácil ver que o dragão descaía ligeiramente para a esquerda devido ao ferimento na asa direita, o que expunha levemente o ventre.

Eruntalon descortinou a sua oportunidade. O sopro da boca do animal impediu-lhe os movimentos. Cambaleou zonzo, mas conseguiu manter-se em pé. Sustendo a respiração para conseguir o golpe mais certeiro possível, o Ohtar saltou para a esquerda enquanto brandiu a espada, descrevendo um arco traiçoeiro. O dragão, apanhado de surpresa, foi forçado a puxar a cabeça para trás para não ser decapitado, o que lhe provocou uma pequena rotação externa direita do corpo. Eruntalon esperava descontrolar-lhe o voo mas as asas da criatura mantiveram-no firme.

Mas foi suficiente! Um centésimo de segundo mais tarde, no qual o cavaleiro nem tempo teve de cerrar os olhos, as garras direitas do dragão desceram por reflexo da rotação do resto do corpo, embatendo com estrépito no escudo do comandante. Contudo, como estavam mais baixas de que o esperado, não o despedaçou. Ao invés, apenas a garra correspondente ao polegar direito apanhou Eruntalon e, por milagre, não lhe atingiu nenhum órgão vital: despedaçou o escudo em bocados, seguindo-se a armadura de ferro do guerreiro: primeiro no braço e axila, perfurando-lhe a cabeça longa do tríceps braquial e a extremidade lateral do peitoral maior; de seguida no tronco, perfurando redondo maior e menor e serrátil anterior e partindo duas costelas. O guerreiro ficou assim miraculosamente “semi-empalado” na garra direita em pleno voo. E no auge da fadiga física e mental e no pico da adrenalina, não sentiu a dor nem se apercebeu da pele e músculo que perdeu, assim como do sangue sangue que cuspiu. Apenas percepcionou três coisas: o ar que lhe assobiava aos ouvidos, esvoaçando-lhe a pasta de cabelo e sangue seco; a espada que oscilava pela corda e o ventre do animal, mesmo ao seu lado.

Entretanto a besta controlou o seu movimento de rotação involuntário e olhou para o cavaleiro. A Aranel, meio aturdida pela oscilação fez o mesmo. O cavaleiro, reagindo mecanicamente, segurou a espada e rodou o pulso direito com toda a sua força. A arma rodou 360º e cortou a corda de vez. O olhar da feiticeira cruzou-se com o do Ohtar e o que lhe lru nos olhos resume-se numa palavra: determinação!. Então percebeu o perigo! Mas era tarde de mais! Instantaneamente rodou o ombro direito para lhe lançar a lança, enquanto a besta subiu as garras direitas na direcção da boca enquanto impulsionava a cabeça na direcção do cavaleiro. Só que não chegou a tocar-lhe! Na fugacidade desse movimento, passou Eruntalon pela frente do seu ventre. O Ohtar partia com a vantagem da surpresa e foi rápido a focar a zona ventral pretendida, lançando a espada com toda a força possível.

Foi feliz! Acertou em cheio! A tão curta distância a espada (já vos disse que era élfica?) duplicou a velocidade beneficiando da deslocação da montada e consequente ar e perfurou facilmente as placas de couro e as sólidas escamas que constituam a protecção artificial e biológica frontal do dragão, jorrando sangue vermelho para o ar. A arma rompeu por vários tipos de tecido, passou pelos largos orifícios entre os enormes costelas frontais e alojou-se no coração. A besta grunhiu de dor e reflexivamente ergueu a cabeça para trás e afastou a garra direita da boca. A Aranel abortou o lançamento da lança no último instante para se agarrar à sela e evitar ser projectada. As essências da lâmina e do coração misturaram-se, e como forças com a mesma carga energética se afastam, a reacção mágica e física no corpo da besta não foi excepção!

As essências reagiram e explodiram, afastando-se em sentidos opostos. A espada saiu disparada na vertical, com o punho para cima mas com tal força que abriu caminho e foi projectada pelo dorso da besta a dois pés da sela da Aranel. O coração implodiu, a caixa torácica rachou e as vísceras eclodiram do ventre para o exterior da besta. Esta, guinchando, teve nova rotação externa direita perdendo altitude. A garra direita subiu e o cavaleiro teve a sorte de a deslocação do ar desprender. Foi projectado, caindo com grande estrépito no chão mas evitou ficar esmagado na queda do dragão.

Entretanto a besta caiu no chão com tal força que arrastou-se vários metros para cima dos próprios Nainies, arremessando uns e esmagando outros e deixando um rasto de fluidos ventrais e vísceras. A feiticeira foi projectada directamente por cima da montada, caindo mesmo a sua frente mas usou alguma da essência que ainda dispunha para aparar a queda. Salvou-se de se esmagar contra o solo, mas o choque foi duro, tendo partido o rádio esquerdo.

O dragão e a Mestre haviam caído no meio dos Nainies mais avançados, visto que voavam na sua direcção, e Eruntalon estava um pouco mais atrás. Soldados em choque rodearam a besta e a guerreira, olhando para o que julgavam ser impossível. Alternavam com o olhar para o corpo do cavaleiro responsável situado ao longe, que tomaram como morto.

Mas este não estava acabado! Nas últimas, mas vivo! Caíra bem, no sentido de não ter morte imediata. Havia partido mais cinco costelas, o “pulso” esquerdo e feito uma entorse do mesmo lado. Para completar o quadro, uma pedra cortante do solo havia-lhe trespassado o elmo com força suficiente para lhe fazer novo corte superficial no crânio, por onde sangrava abundantemente. Juntamente com as hemorragias resultantes da carga do dragão, começou a tingir o solo de vermelho em grande quantidade.

E agora sim, sentia as dores! Tão fortes como mil lanças a trespassarem-no! Tentou levantar-se mas pouco mais conseguiu do que se pôr de joelhos, bolsando sangue a cada expiração. Os Nainies, embasbacados, viram-no mexer-se e correram na sua direcção.

Entretanto a Aranel foi auxiliada a levantar-se por Úra. Olhou para a sua besta, cuja face estava a poucos metros, fitando a Mestre. Expirava pelas últimas vezes na fase agónica, expelindo ar e sangue das narinas. Os olhos vermelhos foram lentamente perdendo intensidade: primeiro o brilho vermelho; depois a próprio encarnado foi escurecendo até que se tornar completamente preto. A feiticeira sentiu então a ligação da essência quebrar-se e percebeu que a sua montada partira. A dor e o ódio que se geraram foram imensuráveis, personificados num grito que ecoou pelo vale. Rodando a cabeça viu Eruntalon não muito longe, prestes a ser alcançado pelos seus homens. E correu para lá, rumo à vingança!




Strong and Strike - Toshiro Masuda

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